• Caramujos africanos em calçada de Blumenau: 'eram muitos', diz morador; veja orientações

    Caramujos africanos em calçada de Blumenau: 'eram muitos', diz morador; veja orientações
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    O motorista de caminhão Eluzardo Nardel da Silva, 42 anos, que mora em Blumenau, no Vale do Itajaí, já está acostumado a ver caramujos africanos rastejando pela vizinhança, mas na terça-feira (30) ele flagrou uma grande quantidade deles na calçada da rua onde mora enquanto ia para a academia. Os animais são considerados uma praga agrícola e urbana, segundo a prefeitura da cidade.

    O caminhoneiro resolveu registrar a presença dos animais no local. Eluzardo não soube calcular a quantidade exata dos bichos que viu, mas acionou a Vigilância Sanitária, que esteve no local orientando os moradores.

    A Secretaria de Promoção da Saúde (Semus) de Blumenau orienta que ao encontrar esses animais, os próprios moradores realizem a identificação, coleta e descarte (veja mais abaixo).

    "Eles aparecem e somem daqui do bairro. Mas dessa vez eram muitos, tanto pequenos quanto grandes. Estavam até no muro de uma casa, disse o caminhoneiro.

    De acordo com a administração municipal, o caramujo gigante africano (Achatina fulica) é endêmico em toda a cidade, sem existência de limitação geográfica com presença em todos os bairros. No entanto, não há um "levantamento quantitativo de caramujos com base em metodologia científica específica para um censo deste tipo".

    A prefeitura informou que no caso dos caramujos encontrados pelo morador no bairro Itoupavazinha, os veterinários da Vigilância Sanitária do município "estiveram no local orientando várias residências da rua indicada. Foi feito um memorando solicitando aos proprietários a limpeza e manutenção adequada dos terrenos."

    Orientações
    Os caramujos podem transmitir zoonoses ao seres humanos e causar dor e hemorragia abdominal, febre, vômito, perfuram o intestino e afetam o sistema nervoso.

    1. A orientação da Vigilância Sanitária é de não tocá-los e tirar dúvidas com a Ouvidoria da Saúde pelo 156 (opção 4);
    2. Os animais só devem ser recolhidos com o uso de sacos plásticos ou luvas descartáveis. Evitar usar venenos;
    3. Uma barreira sanitária pode ser utilizada para evitar que os caramujos cheguem até as residências com a aplicação de cal ( virgem) fino ao redor do terreno,
    4. Nunca ponha os caramujos vivos no lixo. Isso só vai ajudar a disseminá-los em outros locais da cidade e da região.


    Segundo a Semus, há duas formas de se livrar destes animais: enterrá-los em covas com no mínimo 40 centímetros de profundidade, usando cal virgem no fundo da vala, ou quebrar as conchas e depositar os moluscos num recipiente com água sanitária. Somente depois disso deve-se descartar as carcaças.

    Caramujo africano é praga em 23 estados
    O caramujo africano foi trazido ao Brasil nos anos oitenta para ser uma alternativa mais barata ao escargot, mas não deu certo. O molusco não é comestível e hoje é uma praga em 23 estados brasileiros, segundo a Fundação Oswaldo Cruz (FioCruz). Segundo a bióloga, Renata Calixto Campos, o animal além de causar prejuízos a saúde humana também prejudica as culturas agrícolas e o meio ambiente, já que acaba competindo com as espécies nativas.

    "Eles não possuem predadores no Brasil. Só a coleta e destruição [dos animais] tem demonstrado resultados satisfatórios.", disse a pesquisadora

    A reprodução dos bichos é rápida e ajuda na infestação. Um caramujo pode colocar duzentos ovos a cada dois meses. E com cinco meses, cada filhote vira adulto e já pode colocar outros duzentos ovos. A alimentação é baseada em plantações e locais com acúmulo de lixo e mato.

    De acordo com a Diretoria de Vigilância Epidemiológica (Dive), Florianópolis, Tubarão, no Sul do estado e Itajaí, no Vale, apresentam neste momento um cenário de infestação destes animais.

    Foto: Eluzardo Nardel da Silva/Arquivo Pessoal
    Fonte: G1

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