• Aranha-marrom, como evitar acidentes

    Aranha-marrom, como evitar acidentes
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    Em 2017, foram registrados 7.992 casos de acidentes com aranhas-marrons em todo o país, segundo o levantamento mais recente disponibilizado pelo Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan), do Ministério da Saúde.

    De acordo com o biólogo Fabio Lopes, a aranha-marrom é endêmica no sul do Brasil – não à toa, o maior número de acidentes foi registrado nessa região. Dos 7.992 casos, 6.643 foram no sul; 789 no sudeste; 283 no nordeste; 158 no centro-oeste; e 119 no norte do país.

    Fabio explica que a espécie não é agressiva, mas tende a picar quando é comprimida contra o corpo ou quando se sente ameaçada. Ela pode medir de 0,6mm a 2cm e costuma se esconder em garagens, porões, caixas, atrás ou embaixo de móveis e em outros locais com pouca iluminação. Ele alerta que, ao entrar em locais fechados há muito tempo, é preciso abrir as janelas para desinfestar o ambiente.

    Para prevenir acidentes, é importante manter jardins e quintais limpos (na hora de limpar, utilizar botas e luvas); evitar o acúmulo de folhas secas e lixo doméstico nas proximidades das casas; sacudir roupas e sapatos antes de usá-los; vedar frestas e buracos em paredes; colocar telas nas janelas; combater a proliferação de insetos, pois as aranhas se alimentam deles; e afastar camas e berços de paredes.

    Segundo ele, tudo indica que o idoso tenha sido picado pela aranha-marrom, pois nenhuma outra aranha tem esse tipo de toxina capaz de quebrar as estruturas do sangue e das proteínas (músculos). "A quantidade de toxinas que a pessoa recebe e a demora na busca por atendimento médico interferem na gravidade da lesão", destaca.

    Ele explica que as serpentes têm toxinas mais poderosas que as aranhas, mas é difícil não notar a picada desses animais – ao contrário do que ocorre com aracnídeos, principalmente a aranha-marrom, que é pequena e possui uma picada pouco dolorosa.

    O pesquisador afirma que a aranha-marrom tem a toxina mais perigosa entre as espécies de principal importância médica no país, e é responsável por causar os acidentes mais graves. Para saber se uma aranha é perigosa ou não, uma dica é verificar o tipo de teia que ela produz.

    "Em geral, aranha que faz teia geométrica, bem feita, não tem importância médica. As aranhas que saem debaixo de entulho, de buracos ou que têm teias que parecem novelos de lã enrolados são mais perigosas. Se ela tem um veneno importante ela não precisa ter o sacrifício metabólico de produzir a teia", diz Fabio Lopes.

    O que fazer em caso de acidente:

    Lavar o local da picada;
    Usar compressas mornas, pois ajudam no alívio da dor;
    Elevar o local da mordida;
    Procurar o serviço médico mais próximo;
    Quando possível, levar o animal para identificação.

    O que não fazer:

    Não fazer torniquete ou garrote (tira de pano ou outro material para barrar a circulação do sangue);
    Não furar, cortar, queimar, espremer ou fazer sucção no local da ferida;
    Não aplicar folhas, pó de café ou terra para não provocar infecções;
    Não ingerir bebida alcoólica, querosene, ou fumo.

    Fonte: Ministério da Saúde

    Foto: Joseph T. Lapp

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